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  • Foto do escritorNélia Duarte

O tempo nada mais permite do que rabiscar em diário gráfico. Tenho usado esferográficas, marcadores e de vez em quando um pouco de tinta que tapa coisas que saíram menos bem.

No desenho não há borracha. Há soluções de desenho. Uma linha errada quando corrigida a marcador pode dar um reverso interessante ou uma nova composição.

Por vezes eles param e miram o que eu faço, alguns apreciam, com aquele encanto breve e sincero deles, outros nem tanto. Já houve um que me disse que eu até desenhava melhor do que ele mas ele desenhava muito mal. Ri-me. Vou sentir saudades de os ouvir, de os observar, mas preciso de usar o meu tempo, o que resta do meu tempo, no que mais gosto de fazer. Dos muitos desenhos que tenho fiz mais uma animação na timeline do PS, misturando algum trabalho digital.




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  • Foto do escritorNélia Duarte

Quando as palavras não bastam ou não se encontram haverá sempre um abraço e um coração a bater no outro. Lembro-me com alguma frequência de ter visto publicada a foto de uma bela escultura da artista RoMP (Rita Pereira [em homenagem a Matthias Sandeck, jovem atleta algarvio falecido em competição de pesca submarina em 2019] e de a ter lido em palavras poéticas e bonitas sobre a sua escultura. Comentei, o que seria de nós sem a poesia, e fi-lo numa aproximação ao que ela mesma sentia. Porque, e apesar do belo que se produza, subsiste a necessidade de chegar mais além, de tocar os intocáveis; e mesmo sem os tocar a certeza de que a poesia é o máximo que podemos para perceberem, ao menos, o quanto gostamos daquilo que fazemos. Ouço incansavelmente, porque eu sou de insistir até à exaustão, 'all things beautiful' do Nick Cave & Warren Ellis (e tanto melhor e mais bonito que os meus ouvidos já ouviram) desenho figuras que gritam e também outras, porque há gritos que eu ouço, sem ouvir. Sinto-os. Nos ouvidos, na cabeça, no corpo. A vida é injusta para qualquer mãe que perca um filho e eu só queria aliviar tanta dor e nem a que me cabe - por partilha de um coração a bater no outro - eu consigo, por mais desenhos que faça e por mais que ouça "all things beautiful". Nem poesia.





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  • Foto do escritorNélia Duarte

O formato e a dimensão do suporte têm a sua importância na mecânica da pintura. Regra geral, e do que tenho observado, no formato retangular, escolhem-se dimensões de largura e altura que se aproximam do quadrado. São áreas versáteis para composições e estilos variados. Tinha em casa, há mais de quatro anos, uma tela de dimensões pouco usadas: a altura a duplicar a largura. Não sei já porque comprei esta tela, se tive alguma intenção na escolha, mas acabei por finalmente a usar aplicando-lhe tinta acrílica numa execução rápida como eu gosto; tinta directamente na tela e espátula que me levou a uma figura que se apresenta em dramatismo e pose de palco, cores que se impõem: vermelhos, pretos e brancos.

Gostei tanto do formato que me permite amplitude que acabei por comprar outra tela com as mesmas dimensões. Repeti o método, tinta, espátula e, de repente, tinha-o ali a olhar fugazmente para a figura anterior: Luiz Pacheco [documentário - mais um dia de noite]. 2022, 60x120cm, tinta acrílica

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