arte urbana
- Nélia Duarte
- 6 de mar. de 2023
- 1 min de leitura
sou pela urgência, pela impulsividade, pelo que não pode ser contido ou demorado ou burilado, sou pelo descontrolo das mãos, sou muito mais da paixão, sanguínea, excessiva, do que sou pelo desvelo amoroso demorado que transforma com suavidade a palidez do papel em simetrias e perfeição de linhas.
sou pelo que não é planeado. Sou pelo que acontece e se interpreta e percebe depois de acontecer. Sou, por isso mesmo, capaz de não sentir medo.
sou isto tudo nos processos criativos.
Mas sou igualmente isto, aquilo e aqueloutro... Percebi recentemente que o graffiti é uma expressão artística que chega às pessoas, que transforma momentos quotidianos de vida num alargado número de pessoas. É uma exposição vivida. É meu desejo continuar em parede, em amplitude. A explorar novos processos, que me permitam ser como me apresentei neste texto. Qualquer desenho meu pode vir a ver parede, só preciso de uma trincha e tinta preta. "A cidade não é um lugar. É a moldura de uma vida. A moldura à procura de retrato (...)" - Mia Couto
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