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  • Foto do escritorNélia Duarte




Estava a observar uma foto da obra Menace (1938) de Le Corbusier, a perceber a repetição de um C invertido e a identificar-me, uma vez que sempre que uso o que eu chamo de "traço alavanca"


[ o traço que descontraidamente faço ao começar um desenho - na foto, o C invertido assinalado a vermelho, desenhado a carvão faz algum tempo num bloco de desenho que uso quando não posso (mas preciso) desenhar no computador ],


esta é a curva que mais repito e que, muitas vezes, me leva a um perfil de rosto tal como acontece na obra Menace de Le Corbusier.





Cheguei à observação da obra de Menace de uma forma acidental, estava a ler, agora mesmo, sobre o cubismo na sua variante austera de verticais e horizontais, numa evidência da razão e do que é científico, em que os temas aceitáveis eram poucos, coisas de todos os dias reproduzidas com cores íntegras que garantiam que nenhum encanto sensual, ou motivo insinuante, diminuíam a harmonia matemática. 



E esta leitura (as coisas interligam-se sempre se nos dispusermos a pensá-las) aproximou-me de um desenho que fiz ontem à noite antes de desligar o computador e que, agora que o penso e observo à luz da madrugada e de um novo dia que começou cedo, me remete para o café, o sumo de laranja e as torradas do pequeno-almoço.

jan, 24, 2019

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  • Foto do escritorNélia Duarte

Há uma turma do 8º que pretende viajar no final do ano e, como bem sabemos, destes intentos surgem sempre projectos comerciais. Assim, uma venda de rifas com sorteio de um cabaz de natal foi o primeiro acto que acabou num fracasso financeiro. Saldo negativo.

Apesar do mau começo a organização não se extingue, pelo contrário, renova-se; no horizonte a viagem à Ilha de Armona cintila cada vez mais ofuscante e há que redefinir estratégias. O grito de ordem passa a ser:  Mecenas à colaboração! E ao sorteio de cabaz de natal seguir-se-á outro de matiz artístico, ou calendário de números de sorte, sem fotos. Rifas para que vos quero, entram os números, alguns desses premiados e em dois desses, a mecenas escolhida fui eu; mesma, acrescentaria para que não restassem dúvidas.

Trouxeram-me duas telas conforme combinado e por momentos pensei estar ali um desafio interessante por causa das dimensões das mesmas.

Foram as telas mais pequenas que já pintei (20x20 e 20x25 cm ) ainda assim o processo acabou por ser igual a outras tantas que já pintei de dimensões superiores, sem necessidade de recorrer a pincéis de menor dimensão, sequer de cuidados e minúcias. Com os restos de tinta de outro trabalho (último na galeria «tinta fresca»), pintei duas telas num instante.

Espero agora que a turma faça um capitalzinho de jeito; e a quem sair o prémio que tenha lá por casa um espaço entre livros ou cd´s ou outra coisa qualquer porque as telas são pequeninas que nem me passa pela cabeça colocar-lhes ferragem para dependurar na parede.

14, jan, 2019




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  • Foto do escritorNélia Duarte

Já o disse várias vezes, e já o coloquei por escrito não sei onde que eu ramifico na web desde 2000 prái e antes disso em folhas de papel que já se rasgaram e perderam no tempo: eu passava bem sem sair de casa, ou de um canto qualquer, de preferência onde pudesse fechar uma porta ou erguer um muro (os muros são moda)e onde pudesse aceder ao conhecimento, à literatura, à música e às minhas realizações.

Não me custa imaginar-me suja e esfomeada atulhada de dúvidas e arduamente a trabalhar para concretizar uma ideia através do pincel, da tinta, do teclado, da caneta, do lápis. Talvez isto seja genético, tive um tio anarquista enfiado num buraco com as vigas de madeira carunchosas de bicho e a viver nos limites durante anos, o Américo; ou talvez isto seja coisa muito minha, pelo que não tenho como dividir responsabilidade e pronto.

Entretanto, agora,  na playlist, o Leonard Cohen em: You want it darker

If you are the dealer | I'm out of the game | If you are the healer It means I'm broken and lame If Thine is the glory | Then mine must be the shame |You want it darker We kill the flame (...)

Leonardo Cohen que responde que é preciso ter cuidado com ela!... e a essa "com ela" referia-se ele à espécie humana, em resposta ao João Lisboa que logo inclinado (para o sim do outro) o questiona se ele desconfia; bastante.



2, jan, 2019

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