top of page

O pigmento da tinta a óleo, seja de que origem for, é uma maravilha.

Usei 4 cores nesta tela: branco, castanho, laranja, terra de siena.

Questionam-me, por vezes, porque escolhi eu o óleo? Agora, neste nosso tempo, em que todos somos sempre muito apressados e sem tempo.

A secagem é demorada, é, mas a execução directa permite a continuidade do trabalho até à sua conclusão sem paragens.

E, se outra razão não houvesse, o aveludado do óleo é um conforto.


Tenho tido alguns convites para integrar eventos expositórios mas tenho declinado; neste momento não desejo "mostrar-me", porque isso implica socializar e eu só desejo sossego e aprender tudo aquilo que puder.


Ouço, agora, "pode alguém ser quem não é" do Sérgio Godinho, álbum "Pré-Histórias" de 72


"Pode alguém ser livre /Se outro alguém não é /A corda dum outro / Serve-me no pé | Nos dois punhos, nas mãos | No pescoço, diz-me: |Pode alguém ser quem não é? "


53 visualizações0 comentário
  • Foto do escritorNélia Duarte

Se, numa conversa circunstancial entre residentes (a minha rua é multicultural) que só me conhecem de me ver passar, eu afirmo que pinto, regra geral o meu interlocutor mune-se de um jeito delicado para levar a conversa para as paisagens fabulosas a que eu tenho acesso ou à vista e isto e mais aquilo. Quando eu devolvo que não, paisagem nunca pintei nem sinto vontade de pintar, só de pensar nisso fico doente, e a única paisagem que, porventura, apareça numa tela minha é a de fundo e mesmo essa é, seguramente, inventada, eles optam por um ar de “não me digas mais nada, já vi onde estou”.


[e até tenho paisagem urbana na série “as cidades invisíveis, mas para além de ser imaginado eu penso nessas telas como tendo feito geometrias]


E hoje pus-me aqui a matutar se haverá muitos pintores contemporâneos, mesmo entre os que pintaram muita paisagem, que não tenham pintado retrato e/ou figurativo.  #biclaranja #arredores #filosoflirt

13 visualizações0 comentário
  • Foto do escritorNélia Duarte

Tinha uma tela de dimensões reduzidas com restos de tinta faz umas três semanas sem que tivesse tido vontade de a pintar. Ao observar a mancha de tinta mais clara dentro do preto percebi que aquilo só dava uma fadista de perfil no auge da sua comoção interpretativa ou, virando a tela ao contrário, um touro. Inclinei-me rapidamente para o touro e depois de umas pinceladas definiu-se (para mim) «mi torito Urdin». 


E depois de Urdin veio Abel, mi outro torito que clavó dos portugueses y dos españoles, y más podría haber sido si Abel tuviera espacio, numa tradução com muita liberdade e pendor sonoro porque eu de castelhano nada sei. 

Tal como aconteceu com a série das cidades invisíveis, provavelmente apresentar-vos-ei mais toritos mios. 


Urdin y Abel
20 visualizações0 comentário
bottom of page