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  • Foto do escritorNélia Duarte

Muito tempo sem pintar apesar de a meu favor ter o tempo, que muitas vezes me falta. O anúncio de um concurso de pintura de pequeno formato que encontrei por acaso levou-me a virar-me para uma tela muito pequena que havia cá por casa com o pensamento de que poderia pintar qualquer coisa para a eventualidade de vir a concorrer. Está aceitável sem estar tchan-nan.

Depois de pintada essa tela pequena, e porque tinha sobras de tinta, dei início a outro trabalho usando a mesma paleta de cores: branco, vermelho, azul, verde, amarelo; e os pincéis de cerdas ralas e muito rijas, que têm sido os meus preferidos dos últimos tempos. Pintei sem hesitações um retrato que me fez sentir muito bem comigo mesma.

Depois desse comecei outro, usando a mesma paleta de cores. E foi, como já havia muito tempo não me acontecia, um trabalho muito sofrido, que levou tempo e foi raspado aqui e ali algumas vezes. A tenacidade de que sou feita não me deixou largar, mas não sei se resiste. Na imagem, pela mesma ordem da leitura, o primeiro e o último. Nos ouvidos a voz de Neil Young tranquiliza-me: I've got my friends in the world | I had my friends | When we were boys and girls | And the secrets came unfurled | City of brotherly love





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[(1)- título corrigido para a citação correcta, assinalado pela Ana, uma leitora atenta a quem agradeço muito.]

Seguir um guião é como o desenho à vista. Depende muito mais da disciplina de trabalho, método, correcção do que da espontaneidade, do estar aqui e estar ali, da descoberta do que vai aparecendo, esse entusiasmo com tudo o que nos surpreende. Vem isto a propósito de andar com muita vontade de fazer uma animação by the rules mas só entravo. Desde logo preciso de uma história curta risível e fácil de contar por imagens; e animadas! o que só dificulta…

Vou fazendo capturas em tempo real do que vou desenhando nas tardes de sofá com a minha cadela a empurrar-me o braço e a dificultar-me a posição. Quando começo a submergir no traço é um tempo de prazer imenso que me impede de querer sair dele, e vou ficando até sentir sede e dor lombar. Fiz uma ou outra experiência usando fotos e voltei ao desenho básico, à forma mais elementar e sempre de bom resultado: ao traço.

aqui numa paisagem que resulta sempre, horizonte recortes de elementos;

aqui com a memória de Mademoiselle Anita no salão de baile «La Boule Rouge», do fotografo Robert Doisneau;

aqui duas das inúmeras personagens que me habitam;


Bowie tinha capacidades vocais únicas e excepcionais, isso percebe-se sempre que o ouvimos mas é particularmente notável quando se ouve May Way que já se ouviu pela voz de outro que foi considerado a "voz". Bowie supera Sinatra, penso, ouvindo-o, num daqueles momentos em que só por isto apetece chorar.

"For what is a man, is it just aught? | What is a man but just a blot? |To say the things he truly feels and not the words of one who kneels |The records sold, and life was gold, I did it my way"

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  • Foto do escritorNélia Duarte

Gravei imagem a desenhar numa foto e só depois, como é hábito em mim pensar tudo, me apercebi que o método usado é o mesmo que uso quando pinto a óleo e daí a minha necessidade de dar camadas de tinta na tela antes de começar propriamente a dar-lhe pinceladas de algum significado. Digamos que a minha cabeça está em branco - não totalmente, porque a propensão é dar significado a qualquer coisa - e é perante manchas, sujidade, luz, sombra, que eu construo o entendimento e a execução. Tudo aqui é muito rápido, não é só por ter acelerado o vídeo, tal como com o pincel, porque a partir do momento que eu compreendo o que ali está há uma certa urgência em fixar visivelmente antes de começar a compreender outra coisa.

clicar na foto para ver vídeo


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