Nélia Duarte
ENTRE PAREDES, a exposição, 4º sábado
Regra geral os falantes de português referem os títulos das pinturas como uma parte importante do que está exposto.
Neste último sábado, o 4º, uma rapariga que está a aprender português (não sei qual a língua materna dela, acabámos por comunicar em inglês durante grande parte da conversa) também referiu isso. Disse-me ainda que para cada uma das telas ali expostas se podia contar/escrever uma história/narrativa. Talvez com esse pensamento presente, ao escrever no caderno de depoimentos que fez questão de deixar em português (penso que usando um tradutor), registou: (…) "as caras das pessoas são expressivas e têm segredos que querem ser conhecidos"(…). Pode muito bem acontecer em breve. Fiz um ou outro desenho irrelevante, e depois limitei-me a deslizar a ponta da bic cristal no papel criando sombras e avivando aqui e ali muito rapidamente. Não houve espectáculo e uma aragem fresca de sueste arrefeceu a tarde. "Etelvina com seis meses já se tinha de pé /Foi deixada num cinema depois da matuinée/Com um recado na lapela que dizia assim /Quem tomar conta de mim
Quem tomar conta de mim /Saiba que fui vacinada /Saiba que sou malcriada(...)" [ Etelvina - Sérgio Godinho ]
