Aquele olhar de perfídia entre a fresta e a cortina que me faz lembrar Beemote ou Behemoth, só que em branco, e me desperta o desejo de ler de novo "Margarita e o Mestre" do Bulgakov. Há desenhos que não consigo ignorar, ou adiar explorar, e demoro-me neles; não sacudo a folha para a pilha de outras, apressadamente, enquanto já outra impoluta puxo a mim para novo começo. Começos sabe-se lá do quê, nem sempre sai ao primeiro traço, ou a muitos traços, cores, riscos… demoro-me, porque percebo logo que o gosto; goste-o nos olhos e nos bigodes finos, esticados, impercetivelmente a rasgar na pasta de pastel.
O meu Behenoth branco, a efectivar a frase de Fausto do Goethe que, de resto, dá o mote e alguma substância a Bulgakov
"-...mas, quem é você, afinal? - Sou a parte da força que quer sempre o mal, mas sempre faz o bem"

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