Nélia Duarte

25 de mai de 2023

literature, drawing, handcraft

Do David Foster Wallace [1962 - 2008] Infinite Jest [a piada infinita] é daqueles livros que se evitam até ao limite da vida útil; e esse limite pode bem ser a opinião de um leitor que avaliamos. Foi o meu caso.


 
Evita-se porque 1102 páginas totalmente preenchidas com caracteres tamanho 10 mais 96 páginas de notas com caracteres de tamanho 8 são praticamente 5 cm e meio de lombada e um peso considerável que obriga a pousar o livro.


 
Evita-se porque tem uma quantidade razoável de palavras que não conhecemos e, dessas, erros ortográficos, estrangeirismos e neologismos.

Ainda, evita-se porque é impossível sublinhar. O melhor a fazer é desenhar longos retângulos em redor de parágrafos densos de letrinha miudinha, páginas e páginas...

Isto tudo, numa sequência de linguagem distinta para cada personagem e narrador, numa sucessão verdadeiramente alucinante, com espraiamento irónico e humor perverso, por zonas desconhecidas para muitos de nós.
 

 
Isabel Lucas escrevia em 2016 (embora eu só agora tenha lido):
 
"em 1996 David Foster Wallace escreveu um romance sobre a América num futuro próximo, um mundo dominado pelo digital e pela perseguição obsessiva do entretenimento. É uma epopeia alucinante. Há uma nação e, nela, a tristeza dos homens sozinhos. A piada infinita faz 20 anos: o futuro é agora."
 

literatura, desenho, artesanato

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