Nélia Duarte

8 de fev de 2022

Lagos, a última estação - continuação

Quis o acaso e a sorte que às mãos me viesse parar um catálogo de uma exposição patente no Centro Cultural de Lagos que reuniu obras de Bravo, Cutileiro, Lapa e Paolo, no verão de 2005. Um catálogo muito bonito com design gráfico de Jorge Rocha, capa negra e registo do número 60 a branco.
 
Catálogo este que me chega às mãos quatro meses após o meu último post [Lagos, a última estação]e que está inteiramente relacionado com o que aí escrevi.
 

 
"Um lugar além" titulo do texto de João Pinharanda que é um belo elogio a Lagos, assim como o é o poema de Sophia que abre o catálogo:
 
"Lagos onde reinventei o mundo num verão ido / Lagos onde encontrei / Uma nova forma do visível sem memória / Clara como a cal concreta como a cal / Lagos onde aprendi a viver rente / Ao instante mais nítido e recente / Lagos que digo como passado agora / Como verão ido absurdamente ausente / Quase estranho a mim e nunca tido / (…)"
 

 
Neste mesmo catálogo há um texto de José Manuel Miranda Justo (para o catálogo da exposição do Joaquim Bravo, em Setúbal, na Casa do Bocage, Outono de 1982) que acaba magistralmente desta forma: "Como se apenas se dissesse que de um real que não se suporta a única coisa a fazer é construí-lo".
 
Justo, o meu professor de inglês e de Introdução à Política que nunca mais vi, mas que saberei sempre, reconhecidamente, ter contribuído, pelo que me ensinou, para a pessoa/cidadã que hoje sou.
 

 
Tenho vindo, aos poucos, a descobrir o trabalho do Álvaro Lapa e cada vez mais gosto muito do que dele vou vendo. Do catálogo a imagem de 4 peças suas, datadas de 1968, sem título.


 

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